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Nos últimos dias, a inconsequente “rinoplastia caseira” tem sido repercutida na mídia depois que um homem foi internado em São Paulo por tentar realizar a prática. Ele teria assistido a tutoriais do YouTube e utilizado álcool 70% para higienizar a região do nariz durante o procedimento. Além disso, teria usado um anestésico veterinário e finalizado a “cirurgia” com sutura com fio absorvível e cola Super Bonder.
Notícias como essa me deixam profundamente assustado, já que é inconcebível que uma rinoplastia seja feita em um ambiente que não seja seguro, por profissionais devidamente capacitados.
No artigo de hoje, eu falo mais sobre esses riscos e aproveito o gancho para abordar alguns receios de pacientes que vão passar por uma rino. A intenção é mostrar que, quando o procedimento é realizado por uma equipe competente, tudo transcorre com segurança e tranquilidade.
A “rinoplastia caseira” trata-se de uma prática que coloca em sério risco a vida da pessoa, podendo causar infecção, sangramento, lesões anatômicas e estruturais, distúrbios respiratórios, infecção generalizada e, em último grau, até a morte.
O nariz possui uma estrutura única. Muitas vezes, é um desafio até para os profissionais capacitados e mais ainda para aqueles que não possuem experiência. Se a rino não for realizada seguindo as técnicas ideais e com os devidos cuidados, o procedimento pode aumentar o risco de deformidades, as quais são difíceis de serem solucionadas.
A infecção também é outro grande problema (e talvez o principal). Ela pode absorver cartilagem ou ligamentos, gerando deformidades severas, às vezes até na pele. Vale lembrar que a pele da região do nariz é quase que insubstituível. Caso haja alguma retração acentuada, dificilmente terá solução.
Por isso, nada mais importante do que buscar se informar dos riscos envolvidos em qualquer procedimento que decide se submeter. A rinoplastia é uma das cirurgias mais realizadas no mundo, e, como qualquer outra, envolve riscos e complicações, ainda que pouco frequentes. Mais ainda se for feita de forma irresponsável, em casa.
Muitos candidatos acabam adiando o procedimento em virtude de alguns receios acerca dos riscos envolvidos, possíveis complicações e, até mesmo, medo de não se satisfazer com o resultado. Vejamos alguns:
– Anestesia
Seja geral ou local com sedação, a anestesia é um dos assuntos que gera mais receio em qualquer procedimento cirúrgico. Se o médico anestesista for de confiança, trata-se de um procedimento extremamente seguro, dependendo mais da saúde prévia do paciente do que, de fato, das drogas anestésicas utilizadas.
– Inchaço
O inchaço faz parte do processo de recuperação e não se trata, portanto, de um risco ou complicação. O inchaço de uma rino, interno ou externo, vai sendo absorvido com o tempo. Em cerca de uma semana a dez dias, o nariz já apresenta uma melhora significativa nesse aspecto. Compressas de gelo, evitar abaixar a cabeça e até mesmo drenagens linfáticas especializadas podem contornar a situação.
– Hematomas
Assim como o inchaço, os hematomas são uma sequela comum e passageira de qualquer procedimento cirúrgico. Ele é um acúmulo de sangue abaixo da pele. O importante é aguardar que os hematomas diminuam e, nesse período, evitar a exposição solar para que a pele não fique definitivamente manchada.
– Obstrução nasal
Em virtude do inchaço interno, a obstrução nasal é um dos incômodos mais comuns no pós-operatório de rinoplastia. Ainda que seja temporário, há o receio por parte de alguns candidatos de “ficar sem respirar pelo nariz”. No entanto, com os splints nasais, lavagens diárias e posição da cabeceira da cama, essa sensação pode ser amenizada. Em torno de sete dias já é possível respirar normalmente pelas vias nasais.
– Sangramento
Nos primeiros dois dias após a realização da rinoplastia, é possível que existam episódios de sangramento leve, daqueles que só sujam o curativo. Os casos em que o sangramento é mais volumoso são bem raros, cerca de 1% deles – normalmente relacionados à doença de coagulação não identificada de forma prévia.
– Infecções
O risco de infecções hospitalares existe não só na cirurgia de nariz. No entanto, eles também são bem raros em se tratando de uma rinoplastia. E, quando há incidência, são facilmente resolvidos com ajuda de antibióticos.
– Dor
A dor é relativa. Alguns pacientes são mais resistentes, outros não. Ainda assim, os casos de dor aguda são raros em se tratando de uma rinoplastia. Os quadros de dor são controlados com analgésicos comuns receitados pelo cirurgião.
Enfim, os riscos cirúrgicos existem, como em qualquer outro procedimento, no entanto, se os exames pré-operatórios foram feitos de forma correta e responsável, o corpo médico for confiável e experiente, a segurança é inegável e o candidato poderá entrar tranquilo para o centro cirúrgico. O que não se pode é, por conta própria, querer fazer um procedimento tão delicado e importante como a rino, seguindo tutoriais da Internet.
Dr. Ricardo Ferri – Otorrinolaringologista e Rinoplastia – CRMGO 9674 / RQE 4573
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“A arte da rinoplastia não recai unicamente na maestria da técnica, mas também, e sobretudo, na habilidade de compreender os objetivos e as motivações de cada paciente.” – Dr. Ricardo Ferri
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